
Um dia desses uma grande amiga (a melhor) me disse que eu sou punitiva.
Não, que eu fui punitiva com ela por não apoiá-la em uma nova tantativa de algo que várias vezes no passado já lhe causou extremo sofrimento.
Não quer me contar a estória, não quer que eu diga o que ela não quer ouvir.
Certa ela! Eu é que não deveria me meter!
Mas aí eu não seria amiga. Aí eu não seria eu.
Claro que como estou imersa no meu processo de mudança (pra melhor), isso me afetou de alguma forma. Me fez pensar no que eu espero dos meus amigos e em que tipo de amiga quero ser pra eles. Talvez o tipo de amiga que sou me faça merecer o número de amigos que tenho.
Mas, sabe? Em que momento a gente atravessa a linha tênue entre fazer o que é certo e fazer o que é agradável? É como ter a obrigação moral de dizer a um filho magoado com o amigo e que vê diante dos seus olhos a oportunidade de vingança, que ele não precisa pagar na mesma moeda. Não sou mãe, mas acho que a reação impulsiva é dizer "muito bem, você tem que se defender, mas se quiser eu posso ir lá dar um cascudo nele por você!".
Não dizer o que você pensa a um amigo é amizade? Não tentar prevenir seu sofrimento é lealdade? Não sei... Mas sei que respeitar é o princípio fundamental de qualquer relação interpessoal e com minha amiga não seria diferente.
Eu respeito as escolhas dela e a amo da mesma forma. Se ela estiver feliz com as escolhas que fez, eu estarei lá, serei até sua dama de honra se ela quiser (embora eu saiba que ela jamais quererá!!). E se ela não for feliz com as escolhas dela, tenho certeza que sabe que eu estarei aqui e que, de mim, tudo o que ela pode esperar é um ombro aconchegante, carinho e a verdade.
A verdade, mas talvez dita de uma forma diferente...